terça-feira, 2 de março de 2021

E agora José, como se libertar?

 E agora José, como se libertar?


"O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo." Sartre

Chega um momento que o dependente químico se torna um prisioneiro das drogas ou álcool. E nesse processo progressivo de dependência caminha para o fundo de poço inevitável. É pra esse momento que trago a pergunta: E agora José, como se libertar?

Liberte-se! Tomando uma decisão. Você precisa querer, e a princípio, vai dar medo...

Saiba que você é cocriador da sua história, você criou a sua realidade, exatamente como está vivendo hoje, assim mesmo, talvez no fundo do poço da sua drogadicção. E agora você pode criar outra realidade que te leve a outros lugares. Mas, sem auto conhecimento não tem como encontrar a motivação pra mudança. "Conhece-te a ti mesmo." Aquilo que  conheço eu posso mudar. 

 Nesse lugar de encalacramento do fundo de poço, é sua zona de conforto, você conhece muito bem esse lugar, sabe das estratégias de uso que necessita, sabe fazer o corre, sabe a quem manipular... etc, esse lugar que está uma merda é onde está condicionado, habituado. Precisa sair pra zona desconhecida, o que vai te causar certo desconforto inicial, mas, que você vai precisar atravessar se quiser parar de usar drogas. E também vai ter de aprender novos hábitos dentro desse novo contexto, e caminhar para um novo estilo de vida.  Conte com a resistência, ela nasce do medo do desconhecido.

O DQ é rica fonte de solução para o seu problema, possui em si próprio meios de enfrentamento. O mais importante que se abster da droga é manter-se afastado delas - eis o desafio.  Você pode ser autorresponsável por sua recuperação. Você consegue. Mas precisa querer viver esse processo. Quando inicia a jornada, a única coisa que pode te impedir de ter sucesso, é você não querer.

Todas as áreas que as drogas afetaram, biopsicossocial e espiritual,  precisa ser olhado e trabalhado, necessita de cuidados na parte física, mental, emocional, comportamental e espiritual, pois, nos tornamos disfuncionais em praticamente todo o contexto de nossas vidas. Para sua auto gestão e auto controle pode precisar de ajuda profissional e de um mentor pra te auxiliar na jornada. 

Toda porta de apoio é importante. Busque ajuda: acompanhamento terapêutico, psiquiátrico, psicológico, grupos de apoio, Centros de tratamento, Caps, são de extrema importância, e cada um depende de caso a caso. 

Mito Sísifo - por Albert Camus

Os deuses condenaram Sísifo a rolar incessantemente uma rocha montanha acima, de onde ela se precipitava... e todo dia Sísifo era obrigado a repetir tal labuta. Eles, os deuses, pensaram com certa razão, que não há punição mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança.

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrario, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado." Albert Camus

O conflito humano de buscar significado inerente à vida e a inabilidade para encontrá-lo em um universo sem propósito e irracional, é aqui relacionado às recorrentes recaídas do dependente químico que não encontra prazer e satisfação na sua vida, sem propósito e sentido acaba sempre retornando ao uso continuado para alienar da sua realidade insuportável.

Recaída x Angústia existencial

A doença da dependência química é progressiva e incurável . É necessário carregar a carga de manter-se afastado das drogas, essa é a missão de todo dia. Quando paramos de usar drogas, carregamos nossa carga diária de se manter limpo a cada dia, isso pode causar uma angústia, um vazio que na minha reflexão fiz uma correlação  do mito de Sísifo com o Dependente químico que sente tal vazio, a falta de esperança e inutilidade que acaba impulsionando-o de volta ao uso. Sem saber lidar com as adversidades e eventos normais da vida cotidiana,  busca aliviar, extravasar, alienar dessa realidade insuportável que causa um desconforto contínuo.

Nada acontece quando você não quer...

CTs não funciona? Segundo estatística é de uns 3% de resultado positivo. De cada grupo de cem dependentes que passa pelo processo de internação para  tratamento da dependência química, três se recuperam por um tempo duradouro. 

Internação é necessário? Sim, é necessário para sintomas intensos,  fortes crise de abstinência ou psiquiátricos e para desintoxicação. O tratamento vai amenizar o sofrimento.

CTs é necessário e funciona como mágica pra família... que precisa de paz e segurança frente ao descontrole do uso do dependente químico, que descontrola e desequilibra todo o sistema familiar. E a internação por um tempo vai funcionar para esse fim.

Mas, a realidade dentro dos CTs é outra, muitas das vezes o DQ está apenas passando um pano pra família, dando um tempo. Declaram abertamente que não vão parar de usar e encontram toda justificativa e enredos para racionalizar sua volta ao uso. Na maioria das vezes, o foco dentro do contexto de tratamento, não é o tratamento em si. A pessoa, vai ficando institucionalizada, e não desenvolve habilidades e recursos necessários para viver do lado de fora, aqui na realidade, e ao retornar ao convívio social, será uma questão de tempo para recair. A família também é disfuncional, e muitos não procura ajuda pra trabalhar o seu lado disfuncional, e acaba sendo fator de risco, facilitando pra recaída do dependente químico.  A droga cumpre a função na dinâmica familiar. Problema no sistema social, familiar, ancestralidade. Por isso toda porta é essencial e importante. Todos os caminhos te levam ao céu. Porém, na verdade só funciona quando o sujeito, munido de libre arbítrio querer. Eu posso, eu quero, eu preciso, eu devo?

Jesus ou Barrabás? - A negação e resistência ao tratamento. 

Livre arbítrio - o dependente químico tem livre arbítrio, e está fazendo uso dele ou reivindicando seu direito de escolher,  fazer o que quer da sua vida,  cheio de mimimis, se achando vitima, está mais preocupado com outras questões em vez de se ater ao aprofundamento que requer a recuperação e os recursos pra chegar lá. E nem está interessado nos princípios da paz e serenidade, resultantes da recuperação, tampouco se engajar com foco, força de vontade e compromisso, recursos necessários para se alcançar o objetivo da recuperação.

DQ e pandemia... tempos estranhos, contexto de medos e tensões. Como está a vida do Dependente químico em tempos de pandemia? Correndo riscos desnecessários, se expondo ao movimento pra fazer o uso, quando se pede isolamento social. As drogas tem por função anestesiar, aliviar e alienar da sua realidade insuportável, então, em meio a pandemia deve estar sendo maior ainda a sua necessidade devido ao medo instalado socialmente, essa opressão oculta e também explícita, exige-se mais ainda a função das drogas e álcool pra fugir das tensões vividas.

Drogas = fugir da realidade insuportável, alienar dos problemas e medos ou anestesiar e aliviar a dor. Mas, nada disso resolve o problema, não resolve não querer sentir. A resposta é aprender a lidar com os conflitos, os sentimentos e as emoções.

O que é essa força de possessão que precisa usar drogas? - esse é o lugar a ser olhado! O que isso em mim, precisa de mim agora? Aqui é o lugar a ser trabalhado. Ao receber esse tipo de contato e vínculo, a droga perde a função e o encanto.

Você consegue parar de usar, e pode ser leve, não precisa ser sofrido ou truculento. Pare de procrastinar. Você é o autor da sua história, para seu processo funcionar você deve tornar-se autorresponsável. Sem mimimi ou vitimismo.

O tempo é agora - Não há mais tempo a perder. Torne-se aquilo que precisa se tornar.  Projete-se e visualize seu Eu ideal do futuro. 

O mapa do processo da Mentoria - um passo a passo pra sair desse lugar de dependência, desespero e caos. Meu propósito é te guiar nessa transição pra um novo estilo de vida. Construí um mapa do processo pra te ajudar a caminhar mais fácil e encurtar a jornada,  desencalacrando os desafios maiores na travessia. 

3 coisas pra alcançar objetivo

Saber o ponto atual -  onde você está. Seu momento atual, o problema e os conflitos.

Ponto desejado - pra onde quer chegar, objetivos e metas.

E as estratégias pra chegar mais rápido e fácil no seu objetivo.

O primeiro passo é a tomada de consciência do problema e querer ir pra solução. Desenvolver senso de autorresponsável pelo processo, você é a rica fonte de solução, a mudança começa por você. Ter auto controle e gestão das suas emoções, saber que tem coisas que você controla, outras pode influenciar, e outras ainda precisa abrir mão porque não tem controle, tipo o outro você não controla, e nem a realidade de mundo.  Enfrentamento dos desafios na criação de novos recursos e treinamento das habilidades,  e  por fim, fazer manutenção e dar continuidade no processo um dia de cada vez.

Valores: liberdade, independência, autorresponsabilidade, autoAmor, família, consciência, conexão, a loucura - cura.

"Existe vida após as drogas"

A incrível trajetória de atravessar o portal

Na travessia, diante dos desafios e superação dos obstáculos da jornada, há um encontro consigo mesmo em um caminho incrível de transformação e empoderamento pessoal.

Porquê da mentoria ? - A Mentoria "Existe vida após as drogas", foi desenvolvida por mim, por acreditar haver uma grande necessidade de ajudar o Dependente Químico que quer se libertar das drogas, lhes apontar o caminho,  para encontrar-se e descobrir sentido e propósito de vida, e a não desistirem de si mesmos.

Pois, quando nos tornamos dependentes químico, a droga assume a direção da nossa vida, nos perdemos do caminho, não sabemos mais quem somos. Aprisionados na mente, não temos perspectiva, acreditamos ser escravos pra sempre.

Quem já passou por isso e vivenciou a experiência de sentir-se prisioneiro no submundo da adicção, ter visto o fundo do poço, e sentido ali a impotência e a dor de viver com ou sem as drogas...  quem passou por esse processo e saiu de lá, sabe dizer que perdemos o controle, e  a capacidade de perceber que podemos mudar as coisas, que não somos uma perdição, que não precisa ser este o fim. E também podemos dizer com autoridade, que é você próprio quem está criando a sua realidade.

A minha missão na Mentoria é servir pessoas que estão sofrendo com o problema da dependência química, ajudá-las a despertar e sair da prisão da mente, desse encalacramento das drogas, dar clareza e coragem na travessia para um caminho de liberdade. 

O objetivo da Mentoria é ajudar você a parar de usar drogas e capacitar você para fazer a transição do uso a se manter afastado das drogas. Ao final da Mentoria espera-se que você seja capaz de ser autorresponsável por seu processo, ter autocontrole e auto gestão da sua vida com maior autonomia, livre da dependência de substâncias e tenha criado habilidades de enfrentamento das situações de alto risco, e esteja pronto para empreender a manutenção e dar continuidade no seu processo de recuperação de uma nova realidade, 


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https://youtu.be/eGOCFypd3M4

Para conhecer sobre meu trabalho e a Mentoria 

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

 Por que você não consegue parar de usar?



A dependência química é uma doença biopsicossocial e espiritual.

As drogas são capazes  de alterar nosso sistema nervoso central (SNC) de três maneiras. São depressoras (álcool), estimulantes (cocaína) e perturbadoras (maconha). Muda nosso estado de humor, percepção e sensações, alterando aspectos fisico, mental, emocional e comportamental. 

Razões porquê usamos drogas são para alienar, anestesiar, aliviar, relaxar, fuga da realidade e dos problemas, auto afirmação e pertencimento, desinibir socialmente, ou mesmo atacar os pais.

História de vida - Decisão de parar e superação 

 Eu era uma criança reprimida, abusada e oprimida, sofri abuso sexual, físico, psicológico. A função da droga na minha vida veio suprir o medo da rejeição, minha busca de aprovação, falta de identidade própria, fuga da realidade, desinibir e buscar prazer e liberdade. Desenvolvi alguns mecanismos de defesa para sobressair e sobreviver na minha infância, e depois, na adolescência entra a função do álcool e das drogas, que vieram aliviar e alienar o que na minha realidade era insuportável.

As drogas e o tráfico - prisão - Após três anos de cadeia, era escrava do crack - dependência, sofrimento e dor. Aquilo que busquei anestesiar, as drogas já não supria mais, o prazer era só migalhas... busquei liberdade e acabei na prisão do crack.

Um dia, fui escorraçada do boteco devido aos meus comportamentos esdrúxulos e inadequados. Eu tive um despertar espiritual, e da noite pro dia eu parei de usar. Busquei ajuda em um programa de doze passos. A tomada de decisão de parar de usar, tive uma superAção, um movimento genuíno, focado em parar de usar e vencer a batalha das drogas no meu contexto. Ao me render, admitir que era impotente, parar de lutar contra ou a favor, e simplesmente saindo do campo de batalha, eu venci.

Especialista em Dependência Química -  Centros de tratamentos não funciona?

A impressão que tive no trabalho direto com o DQ era como enxugar gelo - a experiência em centros de tratamento mostra que o DQ não vai parar de usar se ele não quiser parar. A família busca ajuda, juntamente com o DQ, mas, espera receber uma mágica. Entrega-se o problema e espera uma solução ilusória, pois, a própria pessoa é quem precisa funcionar, e se ela não quer parar de usar, vai encontrar inúmeras justificativas para voltar ao uso após o tratamento. A pessoa não consegue parar de usar drogas porque não consegue suprir a causa da função da droga na sua vida. Ela não tem consciência disso, e muitas vezes, não quer fazer o esforço necessário de abrir mão das coisas que precisa pra fazer a transição desse processo. Eis o problema do DQ. 

Quem não quer parar de usar encontra justificativas - elabora demandas mental na criação do problema, embasados nas suas crenças limitantes, criando enredos fantasiosos de autoconvencimento do porquê precisa continuar a usar, e justifica muito bem os motivos da droga permanecer na sua vida. Nem Deus pode ajudar quem não quer parar de usar - isso é quântico, você atraí aquilo que está vibrando, sentindo e pensando. Livre arbítrio.

Por que você não consegue parar de usar drogas?

2 cenário: Usar (zona de conforto) x Parar (zona de desconforto)

1 cenário de uso - está na zona de conforto, usar drogas é fugir da realidade, anestesiar a dor, aliviar ou desinibir. O mundo das drogas é um atalho, pra quem extraviou do caminho mais assertivo, e buscou na droga a solução para os problemas que acreditou ter. Usar drogas dá prazer imediato, aliena da realidade insuportável, esconde dos terríveis medos de viver e encarar a vida, anestesiando feridas internas que não quer sentir ou resolver, alivia encalacramentos e bloqueios que impedem de ir pra vida, ou evita tomar consciência que o problema foi criado por você mesmo, ao não querer ter o esforço necessário de qualquer ser humano  para crescer e evoluir... e ficar escondido, na zona de conforto -  que tá uma merda, mas, é quentinho, é conhecido, nesse lugar eu sei atuar, é uma opção. Esperar que a vida aconteça sem esforço - por mágica. A droga vem para suprir essa função na sua vida.

2 cenário parar de usar - ir pra zona do desconforto, se autoconhecer, extrapolar seus limites, sair da ilusão e fantasia e pisar na realidade da coisa, começar de onde parou, lá atrás quando passou a não funcionar mais direito, e recomeçar agora saindo do autoengano, disposto a se desmascarar, parar de mentir pra si mesmo, olhar pra realidade como ela é, despir-se, estar vulnerável. Resolver as coisas do passado com aceitação e entrega, fazer as pazes com tudo e todos que passaram na sua vida, perdoando e se perdoando, aceitando e sendo grato por cada vivência. É querer se aventurar no palco da sua vida e correr o risco de realizar seus sonhos e objetivos, ser aquilo que sempre quis ser... o grande barato de viver a vida sem a necessidade de se esconder na droga, é poder ser louco o bastante, sóbrio. Quanto mais se desprender dos grilhões que te prende, mais pode ser autêntico e espontâneo, e mais ousado vai ficando, e a vida agradece e sorri pra você. Quando você supre tais questões, desencalacrando, acolhendo e cuidando em você o que antes precisava ser anestesiado, suprindo pra você o que buscava na droga, esta perde o encanto e você perde o desejo de usar.

3 tipos Dependente químico:

1- Lua de mel = condicionado no uso da droga. Não quer parar de usar. Resistência e negação.

2- Cognição afetada = Redução de danos, transtorno mental crônico.

3-  Está sofrendo e quer se livrar das consequências negativas = quer parar e não quer - ambivalência.  Sente-se desconfortável no uso.

Pontos de encalacramentos que mantém o problema existindo. O que está oculto? O porquê da maioria dos DQs não consegue parar de usar?

 Quais são os defeitos de caráter do DQ?

Vítima, orgulho, prepotência, arrogância, egocêntrico, manipulador, grandiosidade, inferioridade, desonestidade, bonzinho, agressivo, indiferente, são alguns dos defeitos de caráter encalacradores do DQ.

Auto aceitação - 3 realidades perturbadoras. falta de amor próprio, dificuldade em se aceitar, aceitar o outro, cria expectativas irreais, e aceitar a realidade básica de mundo, a morte, ou perda do relacionamento, se afunda na droga por não saber lidar com perdas ou se a vida não acontece como quer que seja.

Medo da rejeição e busca de aprovação - máscara social. Desonesto consigo mesmos, mascarando algo que não é. Se adapta ao que acredita ser esperado pelo outro, por medo de ser rejeitado, termina por rejeitar a si mesmo.

A família do DQ é disfuncional - Co dependência - os papeis Salvador vítima e acusador do ciclo doentio - Triangulo dramático de Kaperman. 

A função da droga. Por que é importante saber a função das drogas?

Conhecer a função da droga, ou sua causa, nos dá clareza para entender porque não conseguimos parar de usar. Você é cocriador da sua história, saia do papel da vítima, assume a postura de auto responsável.

Alienar - qual realidade insuportável eu preciso alienar? Não ter consciência ou fugir da realidade, não impede de a realidade existir.

Desinibir - o quê está mascarando? O que está oculto? Ser egocêntrico, não ser você mesmo também não é a resposta.

Anestesiar - qual dor não quero sentir? Não sentir não resolve. É preciso suportar as angústia dos vazios existencial. honrar a sua história, aceitar o passado como foi. O sintoma não é a doença, um alarme que aponta um problema, que vem travando luta em você, assim como a ansiedade, depressão ou a dependência química, são questões disfuncionais no seu sistema.

 A resposta é mudar a narrativa - visualize qual história quer contar no seu futuro?

Para mudar, é preciso ir a esse lugar de possessão que quer usar drogas, que precisa ser eliminado, mas, ele só vai ser combatido quando você olhar, acolher e aceitar isso em você, assim, você supre a função da droga, que perde o encanto pra você.

Temos feridas, conflitos internos e externos, uma dinâmica familiar disfuncional e a realidade insuportável que por vezes nos leva a querer aliviar ou fugir desse 'algo' que não sabemos como lidar de outra maneira. Mas, um primeiro passo necessário para qualquer mudança é tomar consciência do problema pra ter clareza e poder tomar uma decisão. A função da droga na sua vida é o que precisa ser olhado, aceito e acolhido...

Trilogia para subir na escala vibracional - perdão, aceitação, gratidão. Abraçar a dor, e querer se transformar é a meta!

A jornada é um processo contínuo de desconstrução do velho eu e reconstrução do novo ser...

É simples, mas, não é fácil... não tem mágica. Mas, é muito possível.

Exercício prático: Abaixo uma prática de desidentificação que irá ajudar a focalizar esse algo em você que necessita usar drogas.

Diga mentalmente: "eu sou dependente de drogas..." pausa, sentindo no corpo

Agora diga de outra forma "algo em mim acredita que precisa usar drogas..." Pausa, percebendo se há alguma sensação diferente no corpo.

E mais uma vez diga "Percebo algo em mim que acredita precisar usar drogas..." e sinta isso sem julgamentos ou críticas, deixe que esse algo em você posso te dizer, uma resposta que vem do corpo... E agora você pode perguntar para essa parte em você, sem julgar ou criticar, apenas escutar a resposta que vem no corpo. " Pra quê esse algo em você precisa usar drogas?" E veja o que descobre. CLÁUDIA OLIVEIRA Psicoterapeuta especialista em Dependência Química.

Mentoria "Existe vida após as drogas"

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https://youtu.be/OPFfnNu-bXk

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 Por que o dependente químico continua a recair? 


O que é a Dependência química?

 Existem algumas teorias que podemos resumi-las em quatro modelos básicos. O modelo de doença, modelo de comportamento aprendido, o modelo psicanalítico e o modelo familiar. Parece haver nos transtornos de abuso de substâncias algum componente biológico, fatores psicológicos, sociológicos, culturais e espirituais que desempenham relevante papel na causa do transtorno, um fenômeno muito complexo. 

No processo de parar de usar drogas requer que a pessoa continua parado. Então a pergunta para reflexão aqui é: O que leva o DQ a não funcionar na vida, e continuar recaindo mesmo após passar por centros de tratamento? 

A recaída faz parte do processo da doença e recuperação. 

O Dependente químico tem dificuldade para estabelecer novo estilo de vida – novo mundo. Ao transitar entre os mundos, submundo das drogas e mundo sem drogas, a pessoa fica presa, encalacrada aos desafios da vida, com suas limitações e inabilidades. Pois, não sabe viver de outra maneira - inadequações. Se encontra perdido frente as armadilhas e obstáculos encontrados no processo. Não desenvolveu, e muitos não irão desenvolver nunca, requisitos de autocontrole, responsabilidade e enfrentamento das dificuldades. 

Por outro lado o Dependente tem características que prejudica sua performance para o esforço esperado da jornada de recuperação, e demonstra claramente alguns requisitos que favorecem a recaída. Veja abaixo alguns deles. 


Requisitos pra recaídas: 


Dependente  busca prazer imediato – imediatista. A droga dá prazer que a pessoa não encontra em nenhum outro lugar. 

Falta de prazer na vida - tédio e intolerância, frustração, fracasso – alienar 

Baixa estima – sentimento de incapacidade não consigo, não quero. O eu não quero, por trás é uma insegurança e mecanismo de defesa por medo de frustração. 

Isolamento social e solidão - inadequação social onde a pessoa não consegue sobressair sem usar. Não consegue desenvolver nesse novo estilo de vida alguém que ela sinta bem, deslocada e confortável. A família acha que é bom estar quieto no isolamento familiar, lego engano, pois, é só uma questão de tempo pra pessoa não conseguir mais se manter nesse estado sem buscar refugiar na droga. 

Negação e auto suficiência em continuar frequentando ambiente do bar e biqueiras, local de ativa e amizades que continua usar drogas – “uma é demais, mil não basta.” 

Desorganização da vida pessoal, vida familiar e relacionamentos, trabalho - Dependência financeira e emocional - deficiência do DQ – depende de outros para funcionar, não assumir responsabilidade pessoal, inabilidade para funcionar nas várias áreas da sua vida. O contrário de dependência não é abstinência, o contrário de dependência é independência. 

Preguiça e procrastinação, orgulho, prepotência, arrogância e grandiosidade, manipulação e vitimismo. A vítima entende que o culpado é o outro, não se responsabiliza.  

O Dependente químico está permeado desses defeitos de caráter  latentes que o mantem na zona de conforto, onde vai administrando com certa destreza, elaborada ao longo dos anos, sabe muito bem manipular o papel do bonzinho pra fazer as coisas acontecer do seu jeito, quando isso não funciona ele fica agressivo, ataca a família, ou vai pra esse lugar da vítima, não assume a responsabilidade nem por sua recaída, vai contar uma história para justificar a recaída e culpar terceiros, pois, não assume sequer que quer usar drogas, e constrói enredos para justificar porque ele precisa da droga, usando todos esses defeitos de caráter. Vai se ocultando por trás dessas defesas armadas no seu processo. 

 

Família disfuncional - facilitações x prejudicações  


A família não entende ao ser apontada como facilitadora, pois, quem usa drogas é o DQ, sim, se tem alguém pra ser responsabilizado é o próprio DQ, que se não estivesse usando drogas a família não estava adoecendo junto com a Co dependência. Porém, o ambiente familiar é favorável para as recaídas também, porque sua dinâmica é disfuncional. Ciclo doentio dos papeis da vítima, salvador e acusador, que facilita para o DQ volta ao uso. Não quero aqui usar uma teoria de culpas. Não é isso. No entanto, percebemos que essa dinâmica favorece para manter o problema existindo e não caminha pra solução. 


Bert Hellinger vai falar que existe duas funções que é a base de toda família, as funções paterna e materna. 

Função paterna – regras, limites, responsabilidade, trabalho, dinheiro, compromisso . 

Função materna – acolher, dar amor, cuidar e alimentar, proteger. 


O que acontece dentro de um centro de tratamento que  o DQ não precisa de usar drogas, e depois ao sair ele volta a recair? 


Centros de tratamento para dependência química geralmente oferece quadros de tratamento terapêutico, recursos  e ferramentas para ajudar no processo da DQ...   aqui o próprio Dependente químico deve ser  responsabilizado, por pegar tais ferramentas para funcionar na vida, fora da instituição.  No entanto, por vezes, tais CTs pode favorecer mais a sua deficiência, tornando-os institucionalizados. Ou seja,  o DQ dentro do CT não precisam da droga pra viver, passa um tempo em reclusão sem necessidade de usar, mas, ao sair não funciona do lado de fora da instituição. 


Ao meu ver, dentro da problemática da dependência química existe uma inabilidade operacional da função paterna – auto responsabilidade, independência, trabalho, e dinheiro, compromisso. O ponto de encalacramento que está oculto. A função da droga vem subverter a falta da função paterna no sistema familiar. 


Metáfora aquário - Família disfuncional x Centro de Tratamentos 


Imagine um aquário que representa a família disfuncional do DQ, com a água suja, cheia de conflitos e confusões, as facilitações e caos inseridos ali no seu sistema. E imagina por outro lado, outro aquário que representa o ambiente limpo e organizado dos CTs, onde tem limites e regras pré-estabelecidos, sim pra sim, não pra não, e cada função no seu devido lugar. Pois bem, agora  visualize o peixe DQ sendo retirado do ambiente familiar e sendo colocado dentro do ambiente do CT, e vivendo ali por um período de tempo. Depois ele é retirado e colocado de volta no mesmo ambiente familiar disfuncional. O que vai acontecer em breve é que o ambiente exerce poder e influencia sobre o DQ, que vai precisar novamente da função da droga para alienar e fugir dessa realidade insuportável e desconfortável. 

 

 A recaída faz parte do processo, e pode ser até essencial - a pessoa pode aprender com a experiência e recomeçar mais consciente. Pode favorecer na mudança de hábitos, e criação de novo estilo de vida. 😏🙏 


Modelo de recaídas - desequilíbrio no estilo de vida. 


 

 Prevenção de recaída - *DAI= decisões aparentemente irrelevantes. 


A dependência química é uma doença reconhecida pelo OMS, um transtorno mental desenvolvido pelo uso e abuso de substâncias psicoativas. Dentro do contexto da doença acontece a evolução dos transtornos para quadros mais crônicos,  a dependência química do sujeito também vai progredindo  e criando tolerância, aumentam-se as doses, ou  passa para outras drogas mais pesadas desejando assim, reviver os efeitos iniciais obtidos pela substância. 


Observo  três tipos de DQ que se destacam segundo minha experiência empírica no submundo das drogas, no convívio familiar e nos centros de tratamento. 


Tipo 1- Condicionado ao uso – em lua de mel com as drogas, em negação não quer parar de usar, e pode ser internado pela família por várias vezes, que ao sair vai se envolver de tal forma com o ambiente de ativa, até conseguir ter uma recaída. O DQ é mentiroso e se sente vítima, não assume responsabilidade, nem assume que quer usar, vai construir enredos para culpar terceiros por sua recaída. Apesar de enganar e mentir pra família, ele está mentindo pra si mesmo. Ao longo da progressão da doença é forte candidato ao tipo dois ou morte precoce por envolvimento no crime, acidentes devido ao uso abusivo. Os três Cs. Cadeia, Clinica e cemitério.  


Tipo 2- Cognição afetada, esse tipo busca  auxílio em caps e centros de tratamento para redução de danos, estão institucionalizados, não funcional, auxilio doença. Apesar de frequentar Centro de Tratamentos vai continuar a usar por progressão do transtorno mental da DQ e outras comorbidades. 


Tipo 3- Está sofrendo no uso, busca refúgio e benefícios da droga, mas, não está confortável, já entendeu que tem mais da vida do que vem experimentando. Essa pessoa quer e não quer parar de usar, conflito chamado ambivalência, oscilando nesse lugar. Ela quer parar de sofrer as consequências desagradáveis do uso, mas, não sabe como sair de lá. Precisa de ajuda, orientação e estímulo motivacional para recomeçar. 


família geralmente não sabe como agir com o DQ e precisa encontrar ajuda para não estar a facilitar o seu uso de drogas em vez de ajudar a se libertar delas. Ela precisa trabalhar nesses papeis e funções que estão disfuncionais. As facilitações e o não entender o contexto e função da droga na vida do adícto, os julgamentos e críticas, as culpas, ou rotular a pessoa, achando que é sem vergonha por não querer funcionar, tal censura familiar gera tantos conflitos que não ajuda no tratamento do DQ, que vai continuar a precisar da droga para lidar com o desconforto, querer anestesiar e alienar dessa realidade pra ele insuportável. E nem o facilitar de pagar contas do traficante, assumir seus compromissos e responsabilidades, que também deixa o ambiente favorável para o DQ continuar no uso. 


Uma grande dificuldade do DQ é estar consigo mesmo e se envolver nesse ambiente interno, oscilando muito no passado e futuro, viajando e projetando coisas irreais, fantasias,  ansiedade e medo do futuro incerto, inseguro em dar os próximos passos, ou  questões mal resolvidas, preso a ressentimentos e mágoas que passou. Sem se dar conta que águas passadas não movem moinhos. O passado nos serve sim de retrovisor, para nos gerar aprendizados e nos remeter às possibilidades dessa grande sabedoria das etapas vividas no passado, aceitando as coisas como foi, exatamente como foi. Honrar nosso passado e história de vida. Aceitando a vida como ela é.   

O DQ é o único que pode fazer algo por si mesmo, ele é uma rica fonte de solução do problema, e quando ele quer funcionar isso vai acontecer, mas, muitas vezes não está disposto a enfrentar os desafios que se exige para se libertar, ficando condicionado nessa zona de conforto e encalacramento. 


Parar de usar é uma postura, um estilo de vida – assim como a herba life que traz um estilo de vida mais saudável e ajuda a pessoa a emagrecer. Mas tem que ter o esforço e motivação da pessoa pra funcionar. 

Quando você começa a perceber e identificar esse mapa rodoviário da recaída e da recuperação, se torna mais consciente do processo e dificilmente vai recair. Pois, conhece o caminho, consegue ver as situações de risco e armadilhas, em estado de alerta.  Treinar habilidades para possíveis enfrentamentos o deixa apto para atravessar os obstáculos. Você se põe em movimento,  começa a engrenar a marcha da vida para funcionar. 

O desafio é crescer e crescer dói. 

Você sai da dependência pra independência. 

Para com os melindres, mi mi mi – a historinhas e justificativas, os enredos criados para justificar sua vida de uso e abuso da droga. 

Sair do Auto engano e desonestidade consigo mesmo. Aceitação das  três realidades, auto aceitação, aceitação do outro e aceitar a realidade de mundo.  

Pisa no chão - sair da ilusão e fantasias 

Desapego do egocentrismo  e retirar as expectativas irreais. 

Auto estima – se permitir ser vulnerável e se colocar em estado de recurso, acreditar ser possível. Você atrai aquilo que pensa, sente e age. Isso é quântico e bíblico, Jesus nos disse: “crer para ver...” 

Coragem para recomeçar - ir pra zona do desconforto. 

Aprende a viver um dia de cada vez... 

Quando você começa a caminhar e senta na sua realidade e pisar no seu chão, e começa a se empoderar, e entrar no seu eixo e equilíbrio, e construir esse novo estilo de vida, é crucial estar em estado de presença, a vida acontece aqui e agora. 


A jornada é de desconstrução do velho eu e reconstrução do novo ser.  Ter um objetivo claro, um foco único de parar de usar e transitar para esse novo mundo livre das drogas. Sair da cidade da droga para a cidade sem droga. Transitar entre os dois mundos pode ser perigoso. Parar de usar drogas é simples. O desafio é fazer a vida acontecer sem a necessidade de voltar ao uso, aprender a lidar consigo mesmo... Suprir a função da droga na sua vida. É sair da zona de conforto e ir pra zona do desconforto. Ao adotar esse novo estado, a função da droga perde o encanto, e você não precisa mais usar. 

Parar de usar é simples, mas não é fácil... não tem mágica. Mas, é muito possível! 🐛🦋😘 


Assista o vídeo no youtube 👇

 https://youtu.be/5gCXf2FHRgk



CLÁUDIA OLIVEIRA

Psicoterapeuta especialista em Dependência Química.

Mentoria "Existe vida após as drogas"
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